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domingo, 24 de maio de 2015

PAI NOSSO ARAMAICO E A CABALA PARTE I

Pai nosso que estás no céu, santificado é o teu nome
O teu reino vem. A tua vontade é feita.
Como no céu assim também na terra.
Dá-nos o pão da nossa necessidade diária.
E deixa-nos serenos.
Como nos favorecemos a serenidade dos outros.
E não nos exponhas à provação.
Mas livras-nos do maligno.
Pois a ti pertence o Reino.
O Poder e a Glória.
Até o fim do universo, de todos os universos, Amém.
O Pai-nosso tem sete petições, seguindo o modelo dos salmos. As três primeiras têm relação com a gloria de Deus.
Pai nosso que estas no céu,
1. Santificado é o teu nome.
2. O teu reino vem.
3. A tua Vontade é feita, como no céu assim também na terra.
Você pode perceber que na tradução da versão aramaica essas três petições estão no presente. O nome de Deus é santificado, o seu Reino vem e a sua vontade é feita. Nas versões bíblicas padronizadas, esse segmento está no imperativo de súplica, passando uma idéia de futuro, santificado seja o teu nome, venha o teu reino, seja feita tua vontade.
A ênfase no presente na versão aramaica é de suma importância porque ela destaca o ensinamento de Jesus da relevância vital do Agora em todas as petições a Deus e em todos os atos de vontade. Para Jesus, as coisas devem acontecer Agora, porque Agora implica que a petição já foi atendida. O nome de Deus é sempre santificado, o seu reino sempre vem e sua vontade é sempre feita. Não no futuro, mas Agora e sempre. Essa ênfase no presente inexiste nas versões tradicionais da Bíblia, diminuindo significativamente a força da oração.
As outras quatro petições são pedidos de ajuda divina para a humanidade:
4. Dá-nos o pão da nossa necessidade diária.
5. E deixa-nos serenos, como nos favorecemos a serenidade dos outros.
6. E não nos exponha à provação.
7. Mas livra-nos do maligno.
A quinta petição é cuidadosa em lembrar a Deus que nós favorecemos a serenidade dos outros. Isso significa que perdoamos as ofensas dos outros, assegurando-lhes a paz. Por isso, somos dignos de receber o perdão de Deus por nossos pecados. É por isso que Jesus orienta seus discípulos a perdoarem os seus devedores antes de fazerem a sua oração.
A oração então termina com a doxologia, glorificando a Deus.
Pois a ti pertence o Reino, o Poder e a Glória, até o fim do universo, de todos
os universos, Amém.
No original aramaico, esse hino extraordinário vai além do “pelo século dos séculos”. A pessoa que o escreveu revela um profundo conhecimento de cosmologia, pois ela sabe que existem outros universos, uma realidade que os astrofísicos só descobriram recentemente. É uma doxologia de finalização do Pai-nosso que confirma a posição de Jesus como cabalista consumado. O Reino, o Poder e a Glória se referem a décima, à sétima e à oitava Sephiroth da Árvore da Vida: Malkuth, o Reino (10), Netzach, o Poder (7), e Hod, a Gloria (8). Os universos que Jesus menciona na doxologia são os quatro mundos emanados de Deus durante a criação: Atziluth, Briah, Yetzirath e Assiah. Evidentemente, o autor do Pai-nosso conhecia muito bem a Árvore da Vida.
É significativo o fato de a doxologia não aparecer nos evangelhos. O motivo dessa omissão óbvia é que o hino da conclusão é um ensinamento cabalístico, e como tal ele faz parte dos ensinamentos orais secretos de Jesus aos seus discípulos. Os autores da Didaqué talvez desconhecessem o caráter secreto desses ensinamentos e simplesmente reintegraram a doxologia à oração.
Se a doxologia final é uma revelação cabalística, o restante do Pai-nosso é igualmente uma poderosa formula da Cabala. Vejamos a Árvore da Vida na oração.

Kether (1) – Pai nosso que estás no céu – Kether representa a força criadora, pois ela emana para baixo para criar o mundo. Desse modo, ela é o Pai Supremo.
Chokmah (2) – Santificado é – Chokmah representa a luz do Criador, o seu poder de dar a sua energia cósmica, por isso, ela se refere à santidade de Deus.
Binah (3) – O teu nome – Em Binah encontramos pela primeira vez o poder da essência criadora de Deus no nome de Elohim, um principio masculino e um principio feminino unidos para o propósito da manifestação.
Malkuth (10) – O teu Reino vem – Malkuth é o Reino, a consolidação da luz da Divindade no mundo material. A criação se realiza.
Daath (0) – A tua vontade é feita – Daath é a Sephira invisível. Ela simboliza conhecimento, resultado da união entre a sabedoria (Chokmah) e compreensão (Binah). É nesse conhecimento que a vontade de Deus se fundamenta.
Kether (1) – Como no céu – Kether representa a luz não manifesta do Criador. Por isso, ela é equiparada ao céu, ao infinito.
Malkuth (10) – Assim também na terra – Malkuth também simboliza a terra, o mundo físico.
Chesed (4) – Dá-nos o pão da nossa necessidade diária – Chesed é a esfera da misericórdia, da compaixão e do amor. Somente por intermédio de Chesed podemos receber as dádivas da generosidade divina.
Geburah (5) – E deixa-nos serenos – Geburah é justiça. Pedimos a Deus que nos perdoe como um juiz liberta e, portanto, perdoa um prisioneiro inocente.
Tiphareth (6) – Como nós favorecemos serenidade dos outros – Tiphareth é beleza. É na beleza da nossa alma que podemos encontrar misericórdia para perdoar os que nos ofenderam, e o nosso perdão a essas ofensas nos torna dignos da justiça de Geburah.
Yesod (9) – E nos exponhas a provação, mas livrai-nos do maligno – Yesod é o fundamento. Podemos compará-la à raiz de todo o mal e de todo o bem. Essa esfera é também atribuída aos órgãos sexuais, muitas vezes fonte de provação e tentação para a humanidade.
Malkuth (10) – Pois é teu Reino – Aqui Malkuth, o reino da terra, retorna para Deus, a quem ele pertence de direito como Criador.
Netzach (7) – E o Poder – Netzach representa vitoria o poder da realização, do triunfo em todos os níveis.
Hod (8) – E a Gloria – Hod é a esfera onde todas as coisas se unem e se realizam. É a gloria da vitoria de Netzach sobre as provações e tribulações.
Kether (1) – Até o fim do universo, de todos os universos – Aqui reconhecemos que finalmente todos nós devemos retornar ao Criador, que emanou este e todos os outros universos.
No Pai-nosso a Árvore da Vida é percorrida começando com as três primeiras Sephiroth para proclamar a divindade de Deus e o poder da sua vontade. Nós nos ligamos diretamente com a décima e ultima Sephira, para “aterrar” o poder divino e realizar a criação. Em seguida, entramos em contato com as três esferas seguintes (4,5 e 6) para assegurar as satisfação das necessidades espirituais e materiais e a paz de espírito.
Voltamos então à atenção para a proteção física e espiritual contra todo o mal através da nona esfera. Agora que nossas necessidades foram atendidas, reiteramos a glória e o poder de Deus e devolvemos o Reino, inclusive nós mesmos e tudo que recebemos, para o Criador. Terminamos a oração aceitando que todas as criaturas retornarão a Deus ao término do seu plano.

TFA

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