Como
todos sabemos, as emoções nos são úteis de vários modos. No entanto, houve
momentos em que desejamos que tivéssemos sido menos emotivos, devido aos
efeitos que se seguiram. O sermos hipersensíveis tem vantagens e desvantagens.
Como podemos saber quando é melhor expressarmos uma emoção natural, e quando é
melhor que a suprimamos? Além disso, que emoções são automaticamente boas, isto
é, benéficas, quase sempre, e quais as que podem redundar em nosso descrédito?
Admiramos a pessoa dotada de razoável sensibilidade, que reage compassivamente
ao seu ambiente e às circunstâncias. Todavia, a maioria de nós não encara
favoravelmente a pessoa que se entrega irracionalmente a explosões emocionais;
ou seja, simplesmente, a pessoa que dá rédeas soltas a toda espécie de emoção,
sem discernimento. Como as emoções desempenham um papel importante em nossa
vida, às vezes mais do que percebemos, cremos que o conteúdo desta terceira
parte será útil ao Estudante, como mais uma “técnica prática para a vida
diária”.
Nossos
estados emocionais são muito comuns. Aliás, o homem foi um ser emocional por
muito mais tempo do que tem sido um ser racional, ou reflexivo. Durante
milênios e milênios, por incontáveis anos de obscuridade intelectual, o homem
foi mais guiado por suas emoções do que por seus processos de pensamento. Mesmo
atualmente, muitos homens são seres mais emocionais do que racionais; isto é,
são mais influenciados por impactos emocionais do que por estímulos ao seu
intelecto. Em outras palavras, somos em maior percentagem seres “afetivos”, do
que seres “pensantes”, usando-se aqui a palavra afetivos com referência a
emoções.
Talvez
possamos abordar melhor este assunto revisando as teorias ou os fatos mais genericamente
conhecidos, sobre nossas emoções. Que sentimentos ou sensações são designados
como emoções? Os mais comuns são: medo, aversão, raiva, deleite, exultação,
afeto, alegria, pesar, regozijo, êxtase, espanto, vergonha, pavor, ternura,
amor, ódio, ciúme, ansiedade, apreensão, orgulho, remorso, e exaltação. Algumas
dessas palavras referem-se a uma só emoção básica, porém, constituem diferentes
graus da mesma. Por exemplo, pavor, ansiedade, apreensão, e medo, são
correlatas, assim como regozijo e alegria.
Considerando
todas essas emoções em conjunto, foram elas divididas em amplas categorias,
segundo seu efeito geral em nós, assim como fortes e fracas, agradáveis e
desagradáveis, lentas e súbitas. As emoções que nos são agradáveis —
felicidade, regozijo, alegria, etc. — são aquelas que estão em harmonia com o
nosso ser. O medo também tem o seu valor. Faz-nos conscientes de uma ameaça,
põe-nos em guarda, dá-nos oportunidade de fugir ou nos proteger. Estas
sensações estão relacionadas com os instintos e impulsos primários da própria
vida.
A
palavra emoção vem do latim, emovere, que significa sacudir ou agitar.
Entretanto, nem todas as chamadas emoções nos agitam, necessariamente. Algumas
têm efeito muito tranqüilizante, calmante, assim como um grande sentimento de
paz.
Que
provoca essas manifestações emocionais? Causadas por alterações nas condições
internas do organismo, elas resultam de estímulos externos ou internos. Esses
estímulos atuam direta ou indiretamente sobre o organismo, causando uma reação
manifesta. Em conseqiência, o comportamento do indivíduo para com a pessoa ou a
coisa que tenha provocado o estímulo é acelerado ou retardado. O indivíduo pode
classificar essas sensações como prazer, felicidade, raiva, censura, e assim
por diante.
Estímulos
externos, vibrações de várias fontes, acarretam impulsos nervosos aferentes
(que entram), que são transmitidos ao sistema nervoso central. Os impulsos
reagentes seguem então caminhos neurais eferentes (que saem) para diferentes
órgãos, glândulas, etc. Produzem alterações motoras, estimulando ou inibindo
músculos e glândulas. Alguns desses efeitos são: fluxo de lágrimas,
transpiração (suor frio), arrepio, e alteração da corrente sanguínea arterial,
tornando a pele pálida ou corada. Pode também ocorrer diminuição ou aumento do
pulso.
Considerável
pesquisa tem sido desenvolvida para descobrir o efeito, sobre as glândulas, de
estímulos causadores de reação emocional. Tem sido observado que a excitação
emocional afeta as glândulas supra-renais. Num projeto de pesquisa, atletas
(jogadores de futebol que estavam no banco dos reservas) foram examinados após
um jogo particularmente emocionante, de que não haviam participado. A análise
de seu sangue indicou excessivo teor de açúcar. No dia seguinte, esse excesso
desaparecera.
O
medo, a ira, e a dor, podem estimular as supra-renais a preparar o organismo
para uma situação de emergência, tal como fugir ou lutar. Essas emergências
requerem excepcional dispêndio de energia, e resistência. Portanto, as
glândulas injetam secreções que proporcionem necessária energia. Muitas de
nossas experiências na vida, constituindo parte de nossa existência pessoal,
são emocionais. Reagimos a condições capazes de proporcionar felicidade, ou que
induzam regozijo, compaixão, curiosidade, etc. Além disso, nosso relacionamento
em sociedade depende muito de interpretarmos as reações emocionais dos outros
indivíduos com que nos associamos.
Graças
a sorriso, lágrimas, tom de voz, gestos, muito podemos dizer quanto a que
sensações emocionais está uma pessoa vivendo num dado momento. Somos com
freqüência forçados a ajustar nossas próprias reações a suas aparentes emoções.
Por exemplo, não raciocinamos sobre a expressão alegre de uma outra pessoa.
Antes, a ela reagimos, porque pode induzir semelhante emoção em nós mesmos.
Neste sentido, podemos dizer que determinadas emoções, até certo ponto, são
contagiosas; isto é, funcionam como estímulo capaz de despertar idênticas
emoções em nós mesmos.
Mas,
qual é o mecanismo da emoção? Ou seja, como é que os sentimentos ou as
sensações das emoções decorrem de algum estímulo externo, por exemplo? A teoria
conhecida como Teoria de James-Lange propõe uma explicação. William James e o
pesquisador dinamarquês, CarI Georg Lange, chegaram simultaneamente à mesma
conclusão, em 1880. Essa teoria pretende demonstrar como a consciência que o
homem tem de suas emoções está relacionada com suas alterações orgânicas
emocionais.
Disse
James: “As alterações orgânicas seguem diretamente a percepção do fato
excitante, e nosso sentimento das mesmas alterações, quando elas ocorrem,
constitui as emoções.”
Em
termos simples, essa teoria nos diz que estímulos percebidos produzem
alterações no corpo, e que as sensações que temos dessas alterações constituem
aquilo que experimentamos como emoções. Em outras palavras, a alteração
orgânica precede a sensação da emoção. Assim, isto significaria que, ao
percebermos algum fato excitante, nosso coração poderia começar a bater mais
depressa e nossa respiração poderia se tornar mais rápida, antes de sentirmos a
emoção de medo, por exemplo.
Costuma-se
afirmar que isto parece contradizer a opinião geral e a experiência geral das
pessoas. Entretanto, filmes de pessoas reagindo a estímulos excitantes
determinaram que se passava apenas meio segundo entre a percepção do evento
estimulante e a alteração fisica própria da emoção. Por conseguinte, é possível
que a alteração física preceda a sensação, e seja a causa da sensação da
emoção.
A
Teoria de James-Lange argumenta que os impulsos aferentes, oriundos dos sentidos
receptores, como os olhos, os ouvidos, passam para o cérebro. Este, como já foi
dito, emite outros impulsos (eferentes) para afetar as glândulas, os nervos
motores, etc., e provocar as alterações físicas. W. B. Cannon, famoso
pesquisador no campo da Psicologia, refutou a Teoria de James-Lange. Disse ele
que os impulsos aferentes oriundos do estímulo original, nos receptores
externos (sentidos) são transmitidos ao hipotálamo. (O hipotálamo está
localizado no cérebro, na base do tálamo). Do hipotálamo, esses impulsos são
retransmitidos para o cérebro (parte súpero-anterior). Mas surge também, no
hipotálamo, um padrão coordenador de impulsos. Estes incluem impulsos sensórios
para o córtex, onde a experiência emocional é percebida e onde se dá uma excitação
dos nervos motores do corpo.
A
principal diferença entre estas duas teorias é a seguinte: Cannon sustenta que
o hipotálamo controla e pode inibir os impulsos aferentes, com isto
controlando, até certo ponto, a intensidade das emoções.
Seríamos
realmente seres humanos muito frios, inexpressivos — mais como computadores -
se não sentíssemos emoções. Por exemplo, não sentiríamos tristeza nem aflição,
mas tampouco sentiríamos felicidade, piedade, com paixão, solidariedade, ou
êxtase. Naturalmente, nossas emoções podem se tornar exageradas, como no caso
de pessoas emocionalmente perturbadas. Essas pessoas estão incapacitadas de
inibir ou controlar as impressões estimulantes, sejam externas, sejam internas.
Se
uma pessoa é normal e não apresenta distúrbio mental ou nervoso, pode exercer a
vontade de modo a manter suas emoções dentro de limites razoáveis, embora não
necessariamente para reprimi-las ou suprimi-las de todo. Os antigos estóicos,
da Grécia, consideravam qualquer manifestação emocional uma fraqueza —
inclusive a manifestação de compaixão ou misericórdia. Orgulhavam-se de nunca
sentir medo ou prazer sensual. Isto, naturalmente, é um exagero, de modo que
esse comportamento pode ser tão perigoso para a saúde como as explosões em oci
o na is.
Ao
usarmos a vontade para controlar emoções, ela deve ser fortalecida, o quanto
possível, pelo uso da razão. Por exemplo, consideremos uma pessoa com medo de
palco. Sua imaginação da condição com que se defronta torna-se o estímulo
excitante interno que produz o medo. Não obstante, a razão deve assistir a
vontade na oposição à imagem que a mente estabeleceu. A razão deve dizer a essa
pessoa que ela conhece o seu tema, e que seu auditório não é hostil, rnas,
neutro, e assim por diante.
Alguns
indivíduos, porém, têm maior sensibilidade a estímulos externos do que outros.
Assim, algumas pessoas considerarão imediatamente certo incidente uma
demonstração de crueldade, e reagirão tornando-se zangadas. Outras talvez não
sejam absolutamente afetadas pelo mesmo comportamento, de modo que poderiam ser
chamadas, no que concerne a suas reações, rudes e frias. Algumas pessoas são
emocionalmente afetadas por certa música, ao passo que outras não são por ela
comovidas. Em alto grau, portanto, essa variável reação emocional, no que tange
ao seu grau de intensidade, pode ser genética, isto é, hereditária.
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